quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O Ouro dos Condenados


O Ouro dos Condenados
I
William Stronghold entrou na delegacia de polícia com a placa de “Procura-se” na mão. O angorá velho que se sentava atrás da mesa o sondou. Calças de couro, camisa simples de algodão, um revólver em cada lado da cintura, chapéu de couro e pelagem salmão. “Interessante” pensou o velho.
- Dia – grunhiu o velho.
- Dia – respondeu o recém chegado – venho pelo emprego.
- Acha que dá conta?
- Acho.
- Mesmo sabendo que Johnny Jones é a causa de termos perdido os últimos cinco xerifes?
- Ele não me assusta.
- Pois devia... ah bem, se quiser, o emprego é seu.
Assim William Stronghold tornou-se o xerife Stronghold. As duas semanas que se seguiram foram tranqüilas, um par de arruaceiros e um roubo à mercearia de um siamês pacifista que se deixou ser assaltado por um adolescente com um pedaço de madeira e nada mais.
O dia nasceu preguiçoso, os raios de sol batiam em seus bigodes, dando-lhe a impressão de que bons ares viriam, trazendo, quem sabe, chuva àquele deserto depressivo.
Uma diligência vinda do oeste surgia no horizonte. Provavelmente mineradores bem sucedidos em sua busca por ouro no oeste que agora voltavam devidamente abastecidos com as riquezas que recolheram.
Obviamente, assim como ele havia falar daquela passagem que fariam pela cidade, outros também poderiam fazer e, por isso, plantava guarda em frente à delegacia, pronto para agir ao primeiro sinal de que algo corria errado.
Conforme as carroças se aproximavam, Stronghold examinava as tábuas de madeira da calçada e as construções de madeira ressecadas, pensando no quão frágil elas eram, como...
- Xerife?
Virou-se. Um pequeno persa puxava a barra de sua camisa.
- Tom?
- Quem são? Perguntava apontando para o oeste.
- Viajantes de longe... é melhor você ficar em casa hoje, garoto.
- Mas eu o David íamos até o poço brincar!
- Vão amanhã... Por hoje fiquem em casa, sim?
- Ah, mas... Mas... ta bom...
Observou o garoto enquanto sumia pela estrada ao mesmo tempo em que mantinha os olhos amarelos fixos na diligência.
Chegaram ao som de animadoras conversas sobre novas vidas e sobre como uma tempestade parecia se aproximar.
Quando pararam, dividiram-se em três grupos: um que se dirigiu à estalagem, outro para o bar e, o terceiro, para estacionar as carroças. O xerife decidiu escoltar o terceiro.
Seguiu-os até os fundos da estalagem, onde amarraram os cavalos junto a um bebedouro para clientes do edifício.
Conversou com o felino musculoso com sotaque sulista que liderava a excursão. Vinham de uma mina da costa e viajavam há algumas semanas.
- Temos muitas pessoas que não gostam dessa coisa de ferrovia, por isso decidimos vir por esta rota.
Compreensível, mas não aceitável. Viajar com carroças carregadas de riquezas com duas ou três armas no comboio era a mesma coisa que não protegê-las com nada.
Ao se certificar que de sua tocaia poderia ver ao mesmo tempo a rua e as carroças, voltou a montar guarda.
Quando o sol estava a pino, percebeu cavalos surgindo a leste e, com eles, cavaleiros sem honra e prontos para tentar seu grande roubo.
Os malditos chegaram altirando.
Alguns corriam para suas armas, outros para um lugar seguro, outros para um bom local para assistir.
Stronghold abrigou-se atrás de uma das carroças. O alcance dos tiros não chegava nem perto da distância em que estavam, por isso era melhor que a única munição a ser desperdiçada fosse a deles.
Esperou pacientemente até que entrassem em seu raio de ação e então saiu de seu esconderijo, acertando um tiro na cabeça de um deles e outro no tórax de outro. Eram cerca de onze homens... Injustiça para com eles.
Após estes dois, os outros nove dirigiram sua atenção para ele, que voltava a seu esconderijo anterior.
Tiros passavam por entre as tábuas da carroça e novamente o xerife esperou.
Quando pararam de atirar, cerca de setenta tiros depois, novamente saiu, acertando outros três antes que terminassem de recarregar.
- Parem com isso seus idiotas! Desse jeito vão ficar sem munição! Gritava o gato branco atrás do bando – já chega dessa brincadeira. Ei, você aí atrás! Já conseguiu provar que é machão, mas agora que tal deixar a gente levar isso e aí eu penso em não fazer um colar com a sua cabeça?
- Quer minha cabeça? Vem buscar!
- Hemp, Straight, vão por cada lado da carroça. Watson, por cima – sussurrava para os subordinados enquanto preparava uma banana de dinamite.
Os corsários aproximaram-se com cautela. Trocaram um olhar de aprovação e seguiram. Contornaram a carroça e...
Ninguém. Então, onde...
Um tiro atravessou o atirador em cima da carroça entrando pela virilha e outros dois nos respectivos peitos dos restantes antes mesmo que pudessem perceber o que acontecera.
Stonghold estava prestes a sair da carroça e voltar a seu esconderijo quando a dinamite passou voando e aterrissando ao lado da carroça. O xerife pulou agilmente para fora da carroça, distribuindo tiros e os recebendo.
Outros dois caíram, deixando o xerife e o líder cara a cara enquanto a carroça explodia, espalhando estilhaços para todos os lados.
Entreolharam-se, apertando os gatilhos ao mesmo tempo enquanto um pulava para a direita e o outro, para a esquerda.
Um tiro atravessou o lado esquerdo do abdômen do xerife, e outro o crânio de seu adversário, arremessando seu chapéu para trás revelando as orelhas pretas contrastando com a pelagem branca e com o vermelho do sangue que escorria de sua testa.
Silencio.
Enquanto alguns recolhiam o que sobrara de seus pertences, outros tratavam de despejar os corpos em local apropriado enquanto o xerife era atendido por um médico local, seu primeiro e, esperava ele, o único paciente daquela noite.
O sol se punha trazendo a chuva com o anoitecer. O xerife deitou-se, mirando o teto e tentando tirar sua atenção do ferimento. Os olhos aos poucos foram se fechando e então, adormeceu.
Gritos.
Acordou com um pulo na escuridão. O abdômen gritando de dor.
Luz entrava pela janela mostrando sombras correndo.
Espiou pela janela.
Casas em chamas, gente morta nas ruas, caos, confusão e ...
Uma cauda projetou-se por debaixo da janela. Stronghold segurou-a, puxando-a para dentro e revelando Tom, aterrorizado gritando.
- Tom! Ei, sou eu! Gritou tentando acalmar o garoto.
- Xerife? Você ta vivo! Disse abraçando-o – eles mataram minha mãe! Gritava encharcando as vestes do xerife.
- Eles? Eles quem?
- O demônio! O espólio do inferno! Johnny Jones veio pelo ouro!
- Jones... ?! Preste atenção, você vai ficar aqui e só vai sair quando eu vir te buscar, OK? Dizia enquanto colocava seu cinto e munição no revólver – fique com este aqui, e se alguém que você não conhece entrar, atire  - disse entregando um revólver velho nas mãos do garoto –vou resolver esta confusão.
O xerife pulou a janela, se esgueirando pela rua mal iluminada, dedos nos gatilhos prontos para a ação.

II
Corpos, corpos e mais corpos. Avalanches de corpos nas ruas.
Haviam três deles na estalagem onde Stronghold entrou. Examinava com cautela o amiente, os sentidos aguçados a ponto de bala. O térreo apresentava-se ausente de qualquer vida aparente. Arriscou um olhar pela janela dos fundos. Cinco vultos carregavam suas carroças com caixas das outras carroças que estavam a pilhar sob a luz do luar e da cidade em chamas.
A mira de seus revólveres apontaram para dois daqueles vultos malditos, lentamente apertando os gatilhos... Lentamente...
No momento em que o cão da arma estava prestes a descer sobre a traseira da bala engatilhada do primeiro revólver ouviu-se uma agitação vinda do andar superior, congelando e ao mesmo tempo retirando os dedos do xerife de sua mortal precisão.
Stronghold correu, buscando abrigo atrás de um sofá mofado encostado perto de uma das paredes, em um ponto de onde podia ver parte do sofá maior, perto da janela de onde viera e uma cabeça de alce pendurada na parede, deixando-o alheio à maior parte do aposento.
- Anda! Desce logo, sua puta!
Um gemido. Em seu esconderijo, o xerife só podia supor o que acontecia do outro lado daquele sofá. Provavelmente um dos pilhantes buscava algo mais além do ouro e parecia estar prestes a consegui-lo com alguma pobre coitada que não soube se esconder direito.
Outro gemido, seguido de vários outros enquanto uma perturbação mexia com o equilíbrio do sofá.
Quando os movimentos do sofá começaram a repetir-se, impondo certo ritmo macabro, Stronghold puxou da bota uma pequena faca de 15 centímetros e preparou-se para pegar o filho da puta quando vacilasse um segundo que fosse e pronto. Poucos segundos depois, quando a “diversão” chegava a seu clímax, o momento chegara. No exato instante em que o agressor levava a cabeça para cima e revirava os olhos o xerife investia contra seu pescoço, a faca cortando fora sua cabeça com estranha facilidade, como se tivesse perfurado gelatina envolta em papel.
A mulher gritava histericamente, mas dessa vez era devido ao corpo sem cabeça vazando areia no lugar de sangue em cima dela, ainda penetrando-a, apesar do fato de que agora começava a broxar.
Atônito, Stronghold examinava a cabeça decepada que tinha em mãos... Pelagem e olhos totalmente brancos e com pedaços de crânio aparecendo. Inferno, se não tivesse matado aquele demônio com as próprias mãos alguns segundos antes poderia jurar que estava morto há pelo menos seis meses!
A mulher correu porta a fora, peitos ainda de fora com as mãos tapando-os em um desespero frenético, soluçando e tropeçando nos corpos pelo caminho.
Não se preocupou em segui-la, tinha coisas mais urgentes e mais estranhas a tratar do que uma puta comida por ser estúpida. Voltou à janela, agora rezando para que aquela fosse a única daquelas coisas e que, caso esse não fosse o caso, que suas balas causassem algum efeito sério nelas. Dessa vez, só conseguiu distinguir três vultos sob o luar.
Três... Então onde estavam os outros dois? Será que seus olhos falhavam? Será que estavam nas carroças? Será que...
- Ora, ora, ora, que temos aqui? – Disse uma voz por trás dele.
Virou-se com um pulo. Duas daquelas coisas o encaravam, apontando-lhe um revólver cada uma.
- Cheia a rato, se quer saber. – Respondeu uma delas.
- Xerife, huh? – Dizia apontando a arma para o distintivo – Johnny vai ficar feliz em te conhecer.
- Que é isso...? Ah droga! Sharp, ele pegou o Whesker! Maldito... – Gritou a outra, examinando os restos da coisa há pouco morta... ou remorta... num mesmo eu sei dizer que termo se usaria para uma coisa dessas...
- Calma, Straight, calma... Tudo a seu tempo. Whesker era um retardado que não conseguia pensar com uma cabeça só e quando o fazia era com a errada. Agora... Seja cavalheiro e abaixe suas armas, sim, xerife?
Stronghold jogou os revólveres a seus próprios pés, na esperança de que algum deles viria recolhê-los e, quando um deles realmente o fez, percebeu ali que sua chance chegara. Assim que a coisa se abaixou, segurou-a pelo pescoço com o braço, puxando-a para cima no exato momento em que a outra abria fogo contra ele, acertando o escudo (humano?) improvisado e fazendo pequenos rios de areia brotar de sua pele.
Jogou a coisa-escudo em seu atacante pulando também em cima dele, caindo com ele no chão, socando-lhe a cara com ferocidade, arrancando-lhe o maxilar empoeirado com o impacto e terminando o serviço quebrando-lhe o pescoço. Poucos instantes depois percebeu que a primeira criatura, que julgava morta após receber três tiros no peito e na cabeça, começava a se levantar. Caminhou por trás dela e virou sua cabeça em 360°, deixando dunas de pó no chão.
Tropeçou.
Levantou-se, tudo girava ao seu redor, o abdômen vermelho de sangue. Sentia a luz fugindo de seus olhos e o ar entrando como navalhas em seus pulmões enquanto voltava a sentir a madeira do piso da estalagem em seu rosto.
Desmaiou.

***

-... para cima, idiota, já disse!
- Ok, chefe, ok!
- Capachos... Inúteis! Vou arrancar o couro de cada um de vocês e costurar uma merda de um suéter com eles! Vou... Ôpa! Que bom que acordou, senhor Xerife! Puxa, que trabalheira danada que você deu pra nóis!
Lentamente, os olhos do Xerife abriram e fecharam várias vezes, procurando foco e tentando se acostumarem com a luz. Assim que o fizeram, puderam localizar o que seria os restos dos fundos da estalagem. Stronghold estava amarrado em uma das carroças com quatro criaturas encarando-o seriamente.
- Sabe, xerife, eu e meus rapazes tínhamos um plano simples; vir, roubar, matar e cair fora, mas você tinha que meter o teu focinho né não? Cê tinha que dar uma de fodão né? – Falava a criatura mais à frente, com calças largas, botas, casaco de couro e chapéu. Olhou-o, um olho azul, normal, mas outro totalmente branco. Pelagem rajada em tons de cinza, preto e branco com um dos caninos quebrados – Ce quase bateu as botas, sabia? Quando os capacho te encontraram tinha mais sangue no chão do que no teu corpo! Veja só que coisa! Mas... Eu não ia deixa ocê se safá assim numa boa não... tu sangro três cabra meu... dois bons. Ah, mas não se preocupe, vo manda ocê pra se encontrá com eles logo logo... mas o gatinho aqui vai brincar um pouco com o ratinho que ele pegou.
Seja lá o que fosse, o Xerife descobriu uma coisa sobre Johnny Jones: Ele falava demais. Tanto que não percebeu que ele havia virado seu cinto para trás e havia conseguido cortar suas amarras com ela.
- Presta atenção em mim, ô caralho! To falando coôce! – Gritava enquanto acertava uma coronhada na bochecha de Stronghold.
Virou-se e cuspiu sangue que brotava do interior de sua boca. O líquido era muito diferente do normal, era grosso e, após cuspir pôde ver, muito mais escuro, quase beirando o preto.
- Não quer me ouvir? Tão ta bão... vamo começá. – Dizia enquanto empunhava um ferrete pronto para a marcação, exibindo um losango com um Y dentro e duas linhas paralelas, marcando o meio e o fim do Y vermelhos e exalando fumaça no ar noturno.
Um barulho de carne encostando na chapa quente se fez ouvir quando o objeto encontrou a testa do Xerife enquanto as coisas riam. Nesse momento, Stronghold atirou-se para uma das criaturas à esquerda, quebrando-lhe o pescoço e fugindo em direção à estalagem antes mesmo que alguma das outras entendesse o que ocorrera.
O líder gritava furiosamente enquanto os subordinados buscavam por suas armas.
- Maldito! Ah! Maldito! Vou fazer churrasquinho com as tuas bolas e depois jogar futebol com sua cabeça! Tão esperando o que, porra? Uma merda de convite da madre Teresa? Vão logo! Quero ele empalado na porra da entrada dessa cidade.

***

Os corsários entrariam na estalagem com suas facas em mãos. Stronghold escondeu-se atrás do balcão, tateando por algo que pudesse ser usado como arma e não conseguindo nada melhor do que uma tábua solta do chão.
Assim que a porta dos fundos rangeu, denunciando os atacantes que dali vinham, o Xerife atacou, acertando pauladas nas cabeças e colunas das coisas, quebrando-lhes os crânios e, por fim, os pescoços.
Deixou-as lá, inertes no chão.
Johnny Jones o esperava do lado de fora da estalagem. Tinha um sorriso em sem rosto.
- Bravo! Bravo! Muito bom! – Gritava enquanto batia palmas – Incrível, Xerife! Conseguiu! Quem diria!
- Ok, você enlouqueceu ou sempre foi assim? Não percebeu que matei todos seus companheiros?
- Loucura? Ora, o que é a loucura? Enfim... respondendo à sua pergunta, ela seria válida, mas você errou em dois pontos básicos: Primeiro, você não as matou, elas já estavam mortas e segundo, não passavam de marionetes, me recuso a ser colocado no mesmo nível que elas. Eram malditos bonecos, desprovidos de qualquer sentimento ou emoção que eu não queira que tenham. Escute... acho que ocê num percebeu ainda, né? Zóia eles de novo, vai. Acho que ocê vai sacar.
Fez como pedia Johnny, aproximou-se de um dos corpos. Já o tinha visto em algum lugar, sem dúvida... mas onde...? onde...? Ah!
- Percebeu, né? Ééééé, xerife, a gente não esquece dos rostos cujas vidas tiramos... Agora que você o fez duas vezes... Sabe, achei esse aí numa cova pertinho daqui... a terra inda tava fofinha fofinha quando tirei ele. Pobre Scott... Ele era um puto! Hah!
...
- Como sei que você o matou? É isso que você quer saber, não é?
Silêncio.
- Quando faço o que faço, posso ver tudo que a pessoa fez em vida... inclusive quem a matou. Interessante, não? Ah, quer ver outra coisa interessante? Reparou como seus trapos tão rasgados? Que coisa, não...? Ora, que é isso, não achou que tinha saído de uma luta contra dois homens armados com facas sem nenhum arranhão quando você só tinha uma faca, não é?
Silêncio novamente.
- Por quê não sente dor? Óia aí, mais um treco interessante... depois da minha mágica, a única dor que cê sente é aquela que te deu fim. Ah, vai dizer que isso não é interessante?
Mais uma vez, silêncio.
- Que é isso, não quer falar comigo? Então ocê vai escutá memo. Agora vai acontecê o seguinte: Cê vai dormi, e quando acordá, as carroça não vai tar mais aqui, meus cabra vão ter virado pó e eu vô ta bem longe. Sabe... eu ia mesmo te matá... mas pensei... alguém que consegue dar cabo de tanto cabra que nem você, que tem uma história que nem a sua... podia usar isso aí... eventualmente. Por enquanto tu ta livre... Viva sua morte enquanto pode, xerife. Viva sua morte.
Dito isso, Johnny girou junto com o mundo ao seu redor e tudo se apagou para o xerife, como se alguém tivesse apagado tudo, inclusive a Lua e as estrelas.
Stronghold acordou no dia seguinte, e, assim como Jones dissera, as carroças haviam sumido. Na cidade inteira, apenas um de seus habitantes sobreviveu, seu nome era Tom, agora órfão, foi acolhido pelo xerife e mais tarde seguiu os passos de seu tutor, hoje ele é xerife de uma cidadezinha não muito longe de sua antiga casa. Até hoje o pôr do Sol lhe dá arrepios.
William Stronghold aposentou-se alguns meses depois do ocorrido e hoje é dono de uma pequena mercearia na costa leste. Não passa um único dia sem que se pergunte quando o destino virá a seu encontro na forma de um gato rajado.
Mal sabe ele que esse dia não só está próximo, como esse dia é hoje.

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